quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Visto e ouvido na televisão a propósito das florestas



Numa reportagem duma televisão privada “por esse país fora”, o repórter detem-se numa vila do interior em que o principal emprego é o de bombeiro, em que há elevada produção florestal e em que a nova lei que permite a expansão da plantação de eucaliptos é vista com receio por poder contribuir para maior risco de incêndio. E diz claramente o repórter: esta região é um paraiso, em desertificação mas paraíso, e esta lei é uma serpente que se põe no paraíso.

Não há dúvida, a liberdade de expressão funciona, mas infelizmente só a população diretamente afetada pela má gestão florestal do governo está informada. A atenção da maioria é desviada pelos programas de maior audiência.

Mas enfim, vale que continua a haver técnicos florestais que compreendem as coisas.
Veja-se o programa Olhos nos olhos, de Judite de Sousa e Medina Carreira, sobre a politica florestal, com o eng.Victor Louro:
http://www.tvi.iol.pt/videos/programa/4407/197456

Fica claramente explicado que não se combatem incêndios mandando avançar bombeiros com mangueiras para a frente do fogo, que a prevenção tem sido descurada e que o mercado da madeira é imperfeito porque a Portucel e a Altri impõem preços baixos sem cortar nos dividendos. Medina Carreira tira a conclusão cm um ar muito triste, embora seja a consequência lógica do sistema de liberalização e de mercado live dominado pelos mais fortes: “o problema é a desvalorização da fonte de produção da riqueza florestal” (isto é, como se pode limpar um terreno quando ele não dá dinheiro?)

Veja-se o gráfico dos preços de venda do pinheiro e do eucalipto às fábricas, a preços de 1975:


PS em 5 de dezembro - interessante debate sobre a floresta no Alentejo em:
 "O nível de humidade no Alentejo não permite um crecimento rápido , para um pinheiro bravo chegar a uma tonelada se lá chegar , necessita de 60 a 80 anos , na fábrica podes receber 30 euros 
Só o eucalipto compensa por ter crecimento rápido 10 anos mas precisa de muita água tonelada pelos 50 euros. 
Ou seja sobre o ponto de vista florestal o Alentejo , não é competitivo , mas se autorizarem a plantar eucalipto na zona do alqueva o crecimento será rápido."

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